Lições Bíblicas CPAD
Jovens
3º
Trimestre de 2015
Título: Novos Tempos, Novos Desafios — Conhecendo os desafios do Século
XXI
Comentarista: César Moisés Carvalho
Lição 11: A superexposição midiática da Igreja
Data: 13 de Setembro de 2015
TEXTO DO DIA
“E,
perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam
juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e caindo na graça de
todo o povo"” (At 2.46,47a).
SÍNTESE
A
ordem de Jesus Cristo de pregar o evangelho a todas as pessoas pode ser
obedecida com a utilização, sábia e prudente, dos meios de comunicação.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA
— Mt 5.14-16
Somos
a luz do mundo
TERÇA
— Jo 13.15
Jesus
é o nosso referencial
QUARTA
— 1Ts 1.6,7
Uma
igreja exemplar
QUINTA
— At 10.1-48
Um
“ímpio” exemplar
SEXTA
— 1Pe 2.12
A
Igreja deve ter um bom exemplo
SÁBADO
— 1Pe 5.1-3
A
liderança deve servir de exemplo
OBJETIVOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
CONHECER a respeito da reputação de Cristo e da igreja
do primeiro século.
DISCUTIR a respeito dos malefícios da superexposição
midiática da igreja evangélica.
COMPREENDER que devemos utilizar a mídia de forma sábia e
prudente.
INTERAÇÃO
Prezado
professor, nesta lição estudaremos acerca da exposição midiática da igreja. É
importante enfatizar, no decorrer da lição, que utilizar a mídia para anunciar
a Palavra de Deus não é errado, desde que o objetivo seja glorificar o nome do
Senhor. A tevê é um veículo de comunicação de massa, seu poder de alcance é
muito grande. Porém, precisamos utilizar este recurso midiático com sabedoria e
coerência, nunca para proveito próprio. Infelizmente alguns utilizam este
veículo com o objetivo de se tomarem famosos. A fama é efêmera e existe uma
diferença entre ser famoso e ser bem-sucedido. Os cristãos do primeiro século
não lutaram para se tomarem famosos, porém eles foram bem-sucedidos em sua
missão. Muitos, erroneamente, acreditam que o crescimento de uma igreja ou
denominação se dá apenas pela utilização da mídia, em especial a TV, mas quem
sustenta a Igreja e faz com que ela cresça de modo saudável é o Senhor Jesus
Cristo.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Escreva no
quadro os perigos da superexposição midiática da igreja evangélica,
relacionados abaixo. Discuta com os alunos esses pontos. Conclua explicando que
só devemos fazer uso da mídia, em especial a televisão, para glorificar o Nome
do Senhor.
Os perigos da
superexposição midiática da igreja evangélica:
• A
briga pela audiência e a necessidade de apresentar sempre algo novo que agrade
o público.
• Buscar
a fama e o sucesso pessoal e não glorificar o nome do Senhor.
• Ter
um discurso que agrade a todos, dando enfoque às mensagens de autoajuda.
• Criar
a impressão de que o crescimento da igreja se dá única e exclusivamente pela
utilização da mídia.
• Utilizar
todos os recursos financeiros para pagar programas de televisão e não investir
em missões ou na própria igreja.
TEXTO BÍBLICO
1
Tessalonicenses 1.6-10.
6
— E vós fostes feitos nossos imitadores e do Senhor, recebendo a
palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo,
7
— de maneira que fostes exemplo para todos os fiéis na Macedônia e
Acaia.
8
— Porque por vós soou a palavra do Senhor, não somente na Macedônia e
Acaia, mas também em todos os lugares a vossa fé para com Deus se espalhou, de
tal maneira que já dela não temos necessidade de falar coisa alguma;
9
— porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para
convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir ao Deus vivo e
verdadeiro,
10
— e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a
saber, Jesus, que nos livra da ira futura.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Neste
domingo estudaremos acerca da exposição midiática da Igreja. Desde os tempos de
Constantino, em nenhum outro tempo a Igreja foi tão amplamente exposta.
Milagres, ou algo parecido, dividem o horário nobre da TV aberta com novelas e
outras programações. Até quando a “espetacularização da fé” auxilia o
verdadeiro Evangelho?
Como
buscar formas alternativas de evangelização sem parecer que estamos envolvidos
na mesma competição religiosa por “almas”? Eis o nosso desafio.
I.
A REPUTAÇÃO DE CRISTO E DA IGREJA DO PRIMEIRO SÉCULO
1.
João Batista e Jesus Cristo. A postura de João Batista em relação a Jesus,
e a do último a respeito do primeiro, demonstram nitidamente o que significa
saber conviver com a “fama” e com o “declínio” desta (Jo 1.26,27,29-34;
3.22-30; Lc 7.28).
Na
realidade, a fama de ambos não era algo que eles buscassem, pois ela veio em
função do ministério de cada um (Mt 3.4-6; Lc 4.14; 7,17). Quanto ao que
vulgarmente poderíamos classificar como declínio, na verdade é o cumprimento da
vocação soberana de Deus para ambos (Mt 16.21-23; Jo 3.28,30). Acabando-se o
tempo de trabalho de cada um, inicia-se um novo ciclo e, com ele, vem a saída
de um sendo a oportunidade estendida a outro.
2.
Os pilares da notoriedade da igreja que nasceu no Cenáculo. A Palavra de
Deus revela-nos que a igreja nascida no cenáculo, após ter sido revestida de
poder (At 1.8; 2.1-13), e ter um crescimento inicial que saltou dos “quase 120”
para os quase três mil, perseverava “na doutrina dos apóstolos, e na comunhão,
e no partir do pão, e nas orações” (At 2.42). Esses quatro pilares — doutrina,
comunhão, partilha e espiritualidade — proporcionaram segurança à igreja,
resultando na confiança e na adesão popular que ela passou a desfrutar na
sociedade daquela época (At 2.47).
3.
Uma igreja formada por pessoas comuns. É muito perigoso idealizar o
passado ou pessoas. Tiago falou acerca desse assunto ao dizer que o profeta
Elias era um homem comum, ou seja, como qualquer um de nós (Tg 5.17,18). Uma
vez que a igreja do primeiro século era formada por pessoas, ela não era
perfeita, pois também possuia os seus problemas e dificuldades (At 15.1-39; Gl
2.9-14). Não obstante, é preciso destacar que na perseguição, nas lutas e até
nas desavenças essa igreja jamais deixou de cumprir a sua missão (At 8.4;
15.36-39).
Pense!
Como se deu a influência da Igreja do primeiro
século se ela não era numericamente volumosa?
Ponto Importante
Saber respeitar o período de atuação de cada
ministério, ou de cada pessoa ou grupo, que serve a Deus em uma determinada
sociedade e tempo, também é uma forma de adoração.
II.
A SUPEREXPOSIÇÃO MIDIÁTICA DA IGREJA EVANGÉLICA
1.
A mídia como meio de divulgação. É impossível ignorar o valor da mídia no
que díz respeito à comunicação. Contudo, é fato que há diferentes públicos, e
estes reclamam programações específicas. Quem apresenta um programa e quer
manter a audiência sabe que precisa garantir a satisfação do público-alvo.
Assim, se o objetivo de quem comunica é alcançar um grupo e cativá-lo,
certamente deverá criar uma identidade de forma que as pessoas possam ter
certeza de que sempre haverá, no mesmo programa, algo novo. De acordo com esse
raciocínio, como é que a igreja deve portar-se ao utilizar os meios de
comunicação? (Mt 5.13-16).
2.
E a igreja descobriu a mídia. Sem falar da mídia impressa, que é utilizada
desde o surgimento da igreja evangélica brasileira, há mais de sessenta anos as
igrejas começaram a utilizar o rádio. Vinte anos depois, foi a vez da
televisão. A partir de então, muitas igrejas passaram a utilizar os meios de
comunicação como forma de alcançar as pessoas com a Palavra de Deus.
3.
Qualidade da programação evangélica. Com o crescimento exponencial das
denominações evangélicas, há uma diversidade de mídias utilizadas. Estas são
definidas segundo a filosofia de trabalho e as condições financeiras de cada
denominação. É inevitável também reconhecer que as prioridades inverteram-se. A
programação não é mais totalmente voltada para os não crentes. Para garantir
audiência e, principalmente, cooptar novos contribuintes, é possível perceber
algumas apelações sensacionalistas que, em vez de glorificarem o nome de
Cristo, acabam por envergonhá-lo (Rm 2.24).
Pense!
É legítimo utilizar os meios de comunicação, e
nestes, apelar para o sensacionalismo como forma de propagar a mensagem
evangélica?
Ponto Importante
No afã de conquistar adeptos, muitas denominações
se excedem na mídia, e isso tem trazido escândalo ao Evangelho de Cristo.
III.
USANDO A MÍDIA DE FORMA SÁBIA E PRUDENTE
1.
Uma igreja famosa pelas suas boas ações. Estarmos expostos é uma
consequência inevitável, mas a questão é: Como estamos sendo vistos? Por qual
razão, ou motivo, estamos sendo conhecidos? A igreja em Tessalônica tornou-se
notória pelas suas ações positivas e benéficas (1Ts 1.6-9).
2.
O cuidado na utilização da mídia. Na edição de novembro de 2004, o jornal Mensageiro
da Paz, publicou um artigo do pastor José Wellington Costa Júnior sobre o
“papel da mídia evangélica”, do qual destacamos o seguinte: “Sob o aspecto do
‘Ide’ de Jesus, é interessante que procuremos o maior número possível de
caminhos para a divulgação de sua mensagem salvadora, mas sem precisar
‘inventar’ milagres ou usar o Evangelho para fazer sensacionalismo. Sabemos que
Jesus Cristo cura enfermos, transforma vidas, expulsa demônios, mas a sua
principal mensagem é que Ele salva e perdoa pecados. O próprio Jesus, quando
operava algum milagre, orientava para que não houvesse divulgação. Isso quer
dizer que as pessoas devem se sentir atraídas não pelo sensacionalismo
evangélico, que às vezes temos visto em programas de televisão, mas pelo poder
da mensagem da Palavra de Deus”.
3.
O Evangelho deve ser pregado através da midia? Não há dúvida de que
devemos utilizar os meios de comunicação para anunciar o Evangelho. Contudo,
que o façamos de maneira sábia e relevante, pois não podemos lidar com vidas
como se estivéssemos negociando, atitude esta que, inclusive, é condenada na Bíblia
(1Tm 6.1-21; 2Pe 2.3). Além disso, temos de ter cuidado para não envergonharmos
o nome de Cristo pela forma de nos apresentarmos.
Pense!
Como os evangélicos têm se tornado conhecidos no
país?
Ponto Importante
Em termos de Evangelho e na perspectiva de Cristo,
é preciso entender que a relação entre relevância e número, nem sempre será tão
evidente.
CONCLUSÃO
Utilizar
a mídia para pregar o Evangelho não é uma questão de sobrevivência, pois quem
sustenta a Igreja é o Senhor Jesus Cristo (Mt 16.18). Pregar utilizando a mídia
é algo estratégico, mas só devemos fazê-lo se isso glorificar o nome do Senhor.
ESTANTE DO PROFESSOR
PALMER,
Michael D. (Org). Panorama do Pensamento Cristão. 1ª Edição. RJ:
CPAD. 2001.
COLSON, Charles; PEARCEY, Nancy. O Cristão na Cultura de Hoje: Desenvolvendo uma visão de mundo autenticamente cristã. 1ª Edição. RJ: CPAD. 2006.
COLSON, Charles; PEARCEY, Nancy. O Cristão na Cultura de Hoje: Desenvolvendo uma visão de mundo autenticamente cristã. 1ª Edição. RJ: CPAD. 2006.
HORA DA REVISÃO
1. Quais
são os quatro pilares da notoriedade da Igreja do primeiro século?
Esses quatro pilares são: ensinamento, fraternidade, partilha e
espiritualidade.
2. Quais
critérios utilizam as igrejas para definir suas mídias e as programações?
A filosofia de trabalho e as condições financeiras de cada denominação.
3. Por
que a igreja de Tessalônica ficou conhecida?
A igreja em Tessalônica tornou-se notória pelas suas ações positivas e
benéficas.
4. Quais
os principais cuidados na utilização da mídia para pregar o Evangelho?
Não “inventar” milagres ou usar o Evangelho para fazer sensacionalismo.
5. Quais
são os principais perigos da má utilização da mídia pela igreja?
Resposta pessoal.
SUBSÍDIO I
“O papel da mídía evangélica
A mídia
evangélica no Brasil é um assunto que deve ser abordado pelo menos sob dois
aspectos. Em primeiro lugar, tomemos como base o texto de Marcos 16.15, que
assim nos diz: ‘E disse-lhes: Ide por todo mundo, pregai o Evangelho a toda a
criatura’. Todos sabem que estas são palavras do Senhor Jesus incentivando os
discípulos a divulgarem o seu Evangelho. E para isso não podem existir
barreiras ou limitações. A divulgação da Palavra de Deus tem de ser feita
através de todos os meios de comunicação possíveis que estiverem ao nosso
alcance, e esses meios estão em nossos dias, e cada vez mais sofisticados e
penetrantes. Hoje é possível alcançar um executivo no seu local de trabalho com
a Palavra de Deus sem deixar, no entanto, de alcançar um trabalhador rural.
É necessário
que o trabalho de divulgação da Palavra de Deus através da mídia seja feito com
muita responsabilidade, e aqui eu abordo o segundo aspecto, lembrando o que
Jesus disse no Sermão da Montanha: ‘Vós sois o sal da Terra’ (Mt 5.13}” (COSTA,
JR, José Wellington. O Papel da
Mídia Evangélica. Mensageiro da Paz. ano 74, nº 1.434. RJ: CPAD.
2004, p.6).
SUBSÍDIO II
“A nossa preocupação na questão da comunicação
do Evangelho é: o que e como comunicar. Trata-se do conteúdo da mensagem e a
forma de apresentá-lo. A forma deve prender o interesse e a atenção do
espectador. O rádio, a televisão e os computadores, que possibilitam o acesso à
internet, representam meios importantes para a divulgação da Palavra de Deus,
mas não devemos copiar nada do que os programas seculares oferecem. Temos de
conservar a nossa identidade, que caracteriza a nossa seriedade e
responsabilidade. Já temos a melhor mensagem a ser transmitida: a salvação em
Cristo Jesus e a vida eterna com Deus.
O nosso
público alvo são as pessoas desgostosas com a vida, carregando o peso do
pecado, sem esperança, cansadas de sofrer e de serem enganadas pelas religiões
que, em alguns casos, estão mais interessadas no poder aquisitivo de seu
público, não se importa com a sua situação espiritual. Portanto, o nosso papel
na midia deve ser o mais transparente possível, não utilizando-a para promoções
pessoais, não demonstrando interesse no retorno financeiro, mas pregando o
Evangelho com responsabilidade” (COSTA, JR. José Wellington. O Papel da Midia Evangélica. Mensageiro
da Paz. ano 74, nº 1.434. RJ: CPAD, 2004, p.6).